O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski manteve cautela ao ser abordado, nesta segunda-feira, 8, sobre a principal questão envolvendo o seu nome nos últimos meses. Ao ser perguntado pela Coluna do Estadão se vai assumir o Ministério da Justiça, após a saída de Flávio Dino para ocupar a vaga de ministro da Suprema Corte ele desconversou: "eu também quero saber", desconversou e na sequência ficou em silêncio sobre se aceitaria o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro participou de cerimônia no STF para marcar um ano dos atos golpistas do 8 de Janeiro e também foi questionado por pessoas do mundo jurídico sobre o mesmo tema, durante o evento. O tratamento destinado à pergunta foi igual em todas as ocasiões: sorrisos constrangidos e tentativas de cumprimentar o conhecido mais próximo para se esquivar da pergunta incômoda.
A reportagem também indagou se ele esteve em reunião com o presidente Lula nesta segunda para tratar da sucessão. Neste caso, o ex-magistrado negou o encontro. Já quando a pergunta foi se ele aceitaria um eventual convite, a resposta foi novamente o sorriso.
A avaliação no mundo político é de que Lewandowski só não será ministro se não quiser. Ele é considerado favorito para a assumir o cargo por causa da confiança que o presidente tem nele e porque seria um nome de grande estatura para resgatar o prestígio do Ministério da Justiça.
Lula já relatou a interlocutores que o ex-ministro teve atuação exemplar no STF, o que o qualifica a comandar uma das áreas mais sensíveis do atual governo. A segurança pública é considerada o segmento de pior avaliação da atual gestão.
O presidente aguardava apenas a realização do evento "Democracia Inabalada", convocado por ele para marcar um ano dos atos golpistas do 8 de Janeiro para fazer a indicação. A expectativa é de que a escolha de Lula seja anunciada ainda nesta semana.
Weslley Galzo/Estadão