O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe e cumprimenta na manhã desta segunda-feira (18) os líderes estrangeiros que vão participar da cúpula do G20. Ao lado da primeira-dama Rosangela da Silva, a Janja, ele saudou o primeiro a chegar às reuniões desta segunda, o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O Brasil ocupa neste ano a presidência do G20, bloco que reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e a União Africana.
A estimativa do governo brasileiro é que 55 chefes de Estado ou representantes de organizações internacionais viessem ao Rio de Janeiro para a cúpula, que é realizada no Museu de Arte Moderna.
Estão no Rio líderes como Xi Jinping (China), Joe Biden (Estados Unidos), Emmanuel Macron (França), Ursula von der Leyen (União Europeia) e Javier Milei (Argentina).
Os líderes do G20 chegam à cúpula final do bloco em meio a difíceis negociações entre os países para a divulgação do tradicional comunicado conjunto. Os principais obstáculos são as guerras na Ucrânia e também na Faixa de Gaza.
O conflito no leste europeu já era motivo de divergência dentro do bloco, mas a pressão sobre a presidência brasileira aumentou nos últimos dias, com uma nova escala nos atos de violência. A situação levou países europeus a exigirem uma condenação mais firme contra a ação militar da Rússia no documento final.
Nas últimas horas, a Rússia lançou dezenas de mísseis e drones contra a infraestrutura de energia da Ucrânia. O governo do presidente Joe Biden, por sua vez, decidiu permitir que a Ucrânia use armas de longo alcance fornecidas pelos Estados Unidos para atacar o território russo
A decisão marca uma reviravolta na política de Washington no conflito entre Ucrânia e Rússia até aqui.
Além disso, a delegação argentina, orientada por Javier Milei, passou a bloquear vários temas em negociação no âmbito do G20 e há o risco de conseguir barrar a declaração conjunta.
A delegação argentina espera instruções do presidente Javier Milei ou do chanceler, Gerardo Werthein, para saber se o país aceita assinar a declaração final com ressalvas, que podem ser um parágrafo de esclarecimento, uma nota de pé de página ou uma declaração em separado.
Milei pode determinar que o país não assine nem com ressalvas –e, então, não haverá declaração, a não ser que os sherpas (líderes diplomáticos responsáveis por encaminhar as discussões e negociações de seus países até o encontro final) concordem em alguma estratégia inovadora.
O governo Milei impõe dificuldades nos temas relacionados a igualdade de gênero e empoderamento feminino. E, nos últimos dias, abriu uma ofensiva contra a chamada taxação dos super-ricos —bandeira do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Fonte: Nathalia Garcia e Renato Machado/Folhapress