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Economia

Dólar tem leve baixa, mas segue acima dos R$5,76 com forte pressão externa

Por Murillo Maia 12/11/2024 às 12:39:56

O dólar à vista tinha leve baixa frente ao real nesta terça-feira (12), mas se mantinha acima dos R$ 5,76. A moeda norte-americana continuava sendo impulsionada pela vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, enquanto investidores nacionais aguardam o anúncio de medidas fiscais pelo governo.

Às 9h50, o dólar à vista caía 0,17%, a R$ 5,761 na venda. Na Bolsa, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,26%, a R$ 5,794 na venda.

Na segunda, o dólar fechou em alta de 0,59%, a R$ 5,769, e a Bolsa teve leve variação positiva de 0,03%, aos 127.873 pontos.

O mercado engatou a semana na expectativa pela divulgação das medidas de contenção de despesas do governo federal.

O pacote, prometido em meados de outubro, visa dar mais sustentabilidade e longevidade ao arcabouço fiscal —e atende a temores de investidores quanto ao desequilíbrio das contas públicas do país.

A expectativa é que as propostas sejam apresentadas nesta semana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma nova rodada de reuniões na sexta-feira com ministros de governo e, segundo auxiliares, o pacote só será anunciado quando o petista bater o martelo.

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera essencial que as medidas sejam apresentadas antes à cúpula do Senado e da Câmara dos Deputados.

Lula, em entrevista à RedeTV! no domingo, cobrou participação dos Poderes Legislativo e Judiciário para a aprovação do pacote fiscal.

"É uma responsabilidade do Poder Executivo, é uma responsabilidade do Poder Judiciário. Eu quero saber se também estão dispostos a abdicar daquilo que é excessivo, eu quero saber se o Congresso está disposto também a fazer o corte de gastos", disse o presidente, citando reduções em emendas parlamentares como exemplo de "sacrifício".

Na entrevista, Lula não adiantou detalhes sobre o pacote, mas afirmou estar em um "processo de discussão muito sério com o governo" por conhecer "o discurso e a gana especulativa" do mercado financeiro.

Os adiamentos, porém, vão aumentando a expectativa —e a impaciência— em torno do pacote.

"A paciência de investidores pode estar se esgotando, visto que semana passada tivemos um otimismo e bom desempenho do real impulsionado pela expectativa dessas medidas, mas investidores começam a se mostrar impacientes com a demora da divulgação", afirma Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

"É uma responsabilidade do Poder Executivo, é uma responsabilidade do Poder Judiciário. Eu quero saber se também estão dispostos a abdicar daquilo que é excessivo, eu quero saber se o Congresso está disposto também a fazer o corte de gastos", disse o presidente, citando reduções em emendas parlamentares como exemplo de "sacrifício".

Na entrevista, Lula não adiantou detalhes sobre o pacote, mas afirmou estar em um "processo de discussão muito sério com o governo" por conhecer "o discurso e a gana especulativa" do mercado financeiro.

Os adiamentos, porém, vão aumentando a expectativa —e a impaciência— em torno do pacote.

"A paciência de investidores pode estar se esgotando, visto que semana passada tivemos um otimismo e bom desempenho do real impulsionado pela expectativa dessas medidas, mas investidores começam a se mostrar impacientes com a demora da divulgação", afirma Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

As projeções das propostas de Trump na economia têm ajustado posições de investimentos nos mercados globais. O movimento é chamado de "Trump Trade", que tenta prever quais serão os ativos mais favorecidos pela política econômica do republicano.

Até agora, ações em Wall Street, títulos do Tesouro americano, dólar e criptomoedas se valorizaram —em alguns casos, a patamares recordes.

Mas, para mercados emergentes como o brasileiro, o clima é de cautela. Isso porque, além da valorização do dólar, a proposta de aumentar as tarifas em ao menos 60% para produtos chineses pesa para países de forte pauta exportadora, que costumam ter a China como principal mercado consumidor.

O governo chinês tem se movimentado para injetar estímulos na economia, visando frear a desaceleração já em curso e amortecer os impactos de uma possível guerra comercial com os americanos.

Na sexta-feira passada, a Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo —principal órgão legislativo chinês— aprovou um programa de refinanciamento das dívidas dos governos locais de 10 trilhões de yuans (R$ 8 trilhões).

O número, porém, ficou aquém do esperado pelo mercado. Pequim "precisa, essencialmente, de mais", disse Carlos Casanova, economista sênior do UBP para a Ásia.

O especialista afirma que a China precisa de um pacote de 23 trilhões de iuanes (R$ 18,5 trilhões) para resolver a dívida local e os problemas imobiliários, o que representa cerca de 15% de sua economia, e provavelmente "vai conter parte desse poder de fogo até ter uma ideia melhor do que o presidente Trump está planejando".

O mercado de commodities tem sentido o baque, que costuma se alastrar no câmbio de países exportadores de matérias-primas. O minério de ferro recuou 2,88% na Bolsa de Dalian, a 762,0 iuanes (US$ 106,10) a tonelada, enquanto o barril do petróleo Brent caía 2,63% na Bolsa de Londres.

Fonte: Folhapress

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